2005/02/23

II - Catequeses Quaresmais – PastUBI – Covilhã, 23 de Fevereiro de 2005

O tema que vos proponho para acompanharem a minha Reflexão, tem como base a mensagem do Papa João Paulo II para a presente Quaresma, e começo por citar as suas palavras:
“Gostaria de convidar a reflectir sobre o tema Longevidade dom especial do divino durante a Quaresma, para aprofundar a consciência do papel que os idosos estão chamados a desempenhar na sociedade e na Igreja, e dispor assim o coração para o acolhimento amoroso que lhes deve ser sempre reservado.
Na sociedade de hoje, graças também ao contributo da ciência e da medicina, assiste-se a um prolongamento da vida humana e a um consequente incremento do número dos anciãos. Isto exige que se dedique uma atenção mais específica ao mundo da chamada "terceira" idade, para ajudar os componentes a viver plenamente as suas capacidades, pondo-as ao serviço de toda a comunidade.
A assistência aos idosos, sobretudo quando passam por momentos difíceis, deve ser preocupação dos fiéis, especialmente nas Comunidades eclesiais das sociedades ocidentais, onde o problema está particularmente presente.” Fim de citação.
Tendo como nota introdutório o texto do Papa, as palavras-chave para mim, que ilustram bem este tema são: Vida, dignidade e esperança".



Vida, a maior dádiva de DEUS! Há que saber preservá-la em todos os sentidos. Uma Vida é um pouco da história de DEUS, e como tal é preciso dar dignidade à nossa VIDA e ter esperança de que um dia Eu, TU, Todos nós possamos ser parte do Reino de Deus.
Para dar dignidade à nossa vida e à dos mais idosos, é fundamental despertar sentimentos de solidariedade para com as pessoas idosas, reconhecendo os seus direitos, respeitando-os, e até sugerindo novas linhas de acção educativa para o próprio envelhecimento.
Hoje em dia assiste-se a um aumento do número de idosos e ao desespero da sociedade para tratar este fenómeno. Facto este, que tem tornado a velhice como uma questão SOCIAL. Qual é o político, que não fala dos mais idosos? Estamos ainda no rescaldo de um acto eleitoral no País, e todos os candidatos ao Governo, sem excepção falaram dos problemas dos mais idosos.
A qualidade de vida em Portugal, Graças a Deus tem vido a melhorar, facto esse que associado ao aumento da esperança de vida faz com que cresça significativamente o número de idosos, tanto homens quanto mulheres. A incógnita é se a sociedade está preparada para enfrentar esse fenómeno?
Como cuidar dos idosos? Como readaptá-los no mundo do trabalho, da educação, do voluntariado? Muitos não querem ficar velhos para não se tornarem objecto de troça e de preconceitos. Os preconceitos existem na forma de formulações generalizadas, provenientes de experiências emotivas, precipitadas e irracionais. O preconceito só se vence: com inteligência e amor; com a aliança entre a ciência e o Evangelho. A ciência ajuda-nos a ter clareza intelectual sobre a realidade e a encontrar meios técnicos para interferir sobre ela. O Evangelho convida-nos a transformar a sociedade na dinâmica do amor e da justiça.
A sociedade deverá encontrar-se para enfrentar estes novos desafios. Também nós, católicos devemos assumir uma nova postura diante da terceira idade. Na Bíblia, muitos idosos, justamente na velhice, são escolhidos por Deus para iniciar uma nova etapa da vida, em favor de todo o povo: Exemplo, Abraão e Sara, Tobias o pai, Zacarias e Isabel. A velhice é sinal de bênção. Uma idade rica de sabedoria, que deve ser partilhada com as novas gerações.



Tendo como base a reflexão sobre os idosos, gostaria agora de apontar algumas pistas de como viver a Quaresma. Podem ser adequadas ao presente tema, como a tantos outros que fazem parte da nossa vida e do nosso dia-a-dia:
1. Arrependendo-me dos meus pecados, confessando-me?
A Quaresma é um tempo propício ao arrependimento e à conversão. Quantas vezes escutei um idoso? Ajudei? Acompanhei? Almocei? (pequena história – no Alentejo com velhota).
2. Luto por mudar?
Fazer uma análise da nossa vida. Um exame de consciência. Estabelecer pequenos Objectivos para cada dia, e tentar cumpri-los. Lutar contra os nossos defeitos. Cada um deve elaborar um plano, que deve ser realista, prático e concreto para poder cumpri-lo. (Explicar melhor)
3. Faço sacrifícios?
A palavra sacrifício vem do latim sacrum-facere, que significa "fazer sagrado". Então, fazer um sacrifício é fazer alguma coisa sagrada, quer dizer, oferecê-la por amor a Deus, porque o amamos, e essa coisa deve dar trabalho.
Por exemplo, ser amável com um vizinho com qual não simpatizo ou ajudar alguém no meu trabalho, na minha rua, etc. Para cada um de nós, de certeza que existe algo que nos custa fazer na vida de todos os dias. Se oferecemos isto a Deus por amor, estamos fazendo sacrifício.
4. Faço Oração?
A Quaresma é também um tempo propício à Oração. Devemos conversar com Deus e abrir o nosso coração para lhe dizer o quanto o amamos. Podemos ter ajuda, como por exemplo através de um texto da bíblia ou outro; participando diariamente na celebração eucarística, visto que as leituras são muito ricas, etc.
FIM:
Por último, agradeço a todos a vossa atenção e termino com as palavras do nosso Papa, João Paulo II:
“Maria, nossa guia no itinerário quaresmal, faça com que todos os crentes, especialmente os anciãos, cheguem a um conhecimento cada vez mais profundo de Cristo morto e ressuscitado, que é a razão derradeira da nossa existência. Que ela, a fiel serva do seu Filho divino, juntamente com os Santos Ana e Joaquim, interceda por todos nós "agora e na hora da nossa morte". AMÉN

Prof. Eduardo Cavaco (Ciências da Saúde)

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